segunda-feira, 30 de abril de 2012

Não me sai da cabeça

Sei bem que até para muitas pessoas o que estou a passar pode não ser suficiente, pode até nem ser nada comparando com os problemas de muitas pessoas.

Mas o suicidio é algo que me acompanha permanentemente, já tentei várias vezes, mas acabo sempre por desistir, talvez por cobardia, ou então exista mesmo um Deus que nos guia e nos protege...

A última vez foi no dia 12 de Fevereiro, escrevi uma carta aos meus pais, e já tinha os comprimidos, mas não fui capaz, sabem o que me lembrava no momento: " O teu pai não vai suportar, não vai aguentar, tens de lhe dar o exemplo..."

O meu pai esta doente já à vários anos em casa reformado, a minha avó descupem o que vou dizer: Mas parece o "diabo", massacra tanto, que o meu pai pensa em suicidio, e esta sempre a dizer" se eu morrer não tenho pena nenhuma" foi por ele, porque apesar de nunca me defender, de nunca estar do meu lado, de nunca me ajudar em casa, eu o amo e não quero que nada lhe aconteça.

O meu pai é uma pessoa com a mente muito fechada, uma rapariga não pode falar com um rapaz, namorar "ao portão" sexo só depois de casar, sair sozinha nem pensar, uma mulher trabalhar , nem pensar (em casa como doméstica é que é o seu lugar), isso é o pensamento dele, mas se alguém falasse com ele, ele ia dar a entender completamente o contrário. Por exemplo quando quero sair para ver lojas tenho de os levar comigo senão "não sai ninguém de casa" mas se alguém comenta os meus pais respondem" ela é que nos obriga a vir".

Eu faço artesanato, até tenho uma página no Facebook e acreditem que é as bijuterias que me ajuda a continuar com a vida para a frente... Embora não deia vencimento para suportar as despesas de uma casa sozinha aceditem que só o facto de me sentir bem, com responsabilidades por vezes me esqueço que "estou prisioneira na minha propria casa.

A solução será fugir?!

Eu sei que é comum a nós humanos fugir dos problemas, tentar sempre não os enfrentar mas eu já não aguento mais, tento a cada dia acordar com a esperança de que "hoje será melhor, vai tudo correr bem" mas acaba sempre tudo por ser igual.
Eu vivo com os meus pais, pais?! Ditadores será melhor assim.
Acreditam que com 25 anos não consigo nem sair à rua sem eles se meterem no assunto, até para comer tem de ser quando eles sismarem. Chegamos ao cúmudo de por exemplo me apetecer um chocolate e se não comermos todos também não como.
Sair para fazer compras, tomar café com alguém, é para esquecer, impossivel...
Sabem até trabalhar, ter uma vida normal, impossivel, com esta idade ainda procuro o primeiro emprego.
O ano passado fui recenseadora dos censos, e sabem o vôvô teve de me acompanhar para os lugares mais longes, e a mama tinha de se meter em assuntos que nada lhe diziam respeito. Entrei quase em choque que fiquei sem voz, as coisas não corriam nada bem,  chorava por tudo e por nada.
Ás vezes penso, a culpa é minha porque não sou forte o suficiente para fazer frente, mas a verdade é que tenho um pavor a eles, tenho um pavor de viver, que até quando vejo alguém só me apetece fugir.
Sinto-me uma inútil, uma incompetente. Será que fugir de casa é a solução?

domingo, 29 de abril de 2012

Minha culpa

Minha culpa

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo... um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém

Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...

Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estátua truncada de alabastro..
Uma chaga sangrenta do Senhor...

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador...

                          Florbela Espanca

Como um pássaro que sonha em ser livre

Queria tanto sentir-me normal, sentir-me uma pessoa feliz, com uma vida normal, mas não... sinto-me perdida sem vida, sem vontade de viver. Cada dia que passa sinto que nada faço aqui.
Podia começar por vos contar a minha vida desde o inicio, mas decidi contar como me sinto, hoje passados todos estes anos, para depois, então sim vir todos os porquês...

Tenho 25 anos, mas sinto-me com 3 anos, estou namorada à 8 anos com um rapaz de 30anos mas mais parece um namoro de crianças de creche, tenho familia mas sinto que se não tivesse estaria bem melhor.

E porquê?! Porque vivo como um pássaro preso numa gaiola que sonha um dia ser livre.